1.11.17

aprenda a diferenciar emoções de necessidades fisiológicas

 Depois de UM ANO sem cigarro -  vejam bem, estou dizendo UM ANO, 12 meses, 365 dias - aprendi a identificar o que era fome, sono, tristeza e não julgar TUDO o que sentia como medo, raiva, irritação e frustração.

Quando somos bebê nossas mães (e a família) nos ensinam essas pequenas lições e criam rotinas de alimentação e sono para que condicionemos hora de comer, hora de dormir e assim por diante. Às vezes esse processo de aprendizagem leva anos.

Quando (re) nascemos depois de um vício somos tão virgens para isso tudo quanto uma criança que
acabou de chegar ao mundo! Com a diferença de que ninguém nos ensina a reconhecer nada e que, ao contrário dos anjinhos, temos uma bagagem emocional que muitas vezes esta lotada de culpas e pequenas vergonhas - o que complica ainda mais as coisas.

Ontem, para o meu total espanto, comecei a ficar MUITO irritada com a reforma do vizinho do andar de cima e de repente parei e me perguntei:

- Esse barulho está aí quase todo dia, por que HOJE, AGORA, está me irritando mais do que o normal?

Olhei no relógio e vi que passava das 17h e eu não tinha comido nada desde o almoço: eu estava com fome.

Fiz um lanche de tapioca + ovo cozido + tomate + manjericão e a irritação passou. Continuei trabalhando normalmente como se o baticum do vizinho nem existisse e depois fui para academia.
UM ANO! DEMOREI UM ANO para COMEÇAR a detectar minhas emoções e necessidades fisiológicas sem o cigarro.

Se eu ainda fosse fumante, o que eu faria quando a barulheira da reforma do vizinho começasse e me deixasse irritada? Acenderia um cigarro imediatamente! O cigarro não faria o barulho desaparecer, tampouco resolveria a minha irritação, mas me manteria distraída por alguns minutos, me faria engolir fumaça no lugar de apenas frustração; provavelmente tapearia a minha fome (completamente natural e saudável para o horário).

Foram mais de 20 anos dando para o meu corpo, minha mente, minhas emoções, meus hormônios e meu cérebro gotas extras de dopamina (sempre que tragamos ativamos regiões de recompensa no cérebro), portanto é mais do que natural que esse conjunto de fatores que "sou eu" ficasse desafinado como uma sinfonia de crianças iniciantes e sem maestro por um tempo.

Se você está parando de fumar e ainda não consegue entender por que TUDO está mais irritante que o normal, comece já a treinar sua percepção!

Assim que a raiva máster-modo-on aparecer, questione-se: que horas são? Há quanto tempo comi?
Estou com sono? Dormi quantas horas essa noite? Isso é mesmo tão importante assim? O que estou sentindo exatamente é raiva, medo, sentimento de injustiça, carência, solidão? No caso das meninas, vale perguntar "estou na TPM"?

Enfim, vá treinando, vá se questionando que uma hora você vai conseguir ler suas necessidades e vai passar a atendê-las com mais facilidade e menos sofrimento.


monicamontone


imagem: google 

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