Sim, em casa
de ferreiro o espeto é de pau. Apesar de ter estudado Transtornos Alimentares
na faculdade de Psicologia, não atentei para o fato de que ter parado de tomar
laxantes e de vomitar quase tudo o que comia ainda na adolescência (falei sobre, aqui) não eliminou
todos os traços do meu transtorno, sendo eles:
1. Práticas
compensatórias: jejuar ou treinar muito após comer alimentos
"errados" (massas, doce, álcool, etc);
2. Fazer
dieta restritiva (cortando glúten ou carboidrato) ao engordar um ou dois
quilos;
3. Ler
constantemente matérias sobre alimentação, treinos e beleza;
4. Usar com
regularidade alimentos termogênicos como
gengibre, pimenta e canela;
5. Tomar
chás diuréticos;
6. Sentir
culpa ao comer chocolate e pão;
7. Precisar
manter o corpo no peso que considero ideal para não odiar meu corpo.
8. Para de
fumar por seis vezes e nas duas últimas voltar a fumar por conta do ganho de
peso;
9. Comer
"o mais limpo" o possível.
Somente
agora - em minha sétima tentativa de
parar de fumar e que tive um ganho de peso moderado (mas perturbador) - é que
fui me dar conta de que o que sempre achei ser "cuidados com a
beleza" e/ou "coisa de menina vaidosa" no fundo passava dos
limites e esbarrava num tanstorno alimemtar que nunca tratei.
Seria apenas
"cuidados com a beleza" se isso não me trouxesse sofrimento
emocional. Se eu não quisesse me esconder ou sumir do mapa ao "sair do padrão";
se não tivesse vergonha de aparecer em público somente porque minha bunda
cresceu; se não sentisse culpa, tampouco achasse que sou um fracasso por ter
"perdido o controle" do meu corpo.
O que me
abriu os olhos para essa questão foi o trabalho honesto e criterioso de meninas
que se dispuseram a falar franca e abertamente sobre seus transtornos na
Internet como as queridas Miriam Bottan e Diana Garbin
E você, será que tem uma relação saudável com o seu corpo e com a comida?
monicamontone
imagem: google
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