2.10.17

dois meses sem fumar: eu era feliz e sabia

Sabe quando você conhece um garoto enxaqueca e apesar de intuir que vai quebrar a cara deixa as coisas rolarem, se joga na alegria do frio na barriga e vive uma pequena lua de mel antes do caos se instalar?

Foi mais ou menos assim que me senti no segundo mês sem cigarro

A aflição das primeiras semanas de abstinência deu trégua, o sono continuou irregular mas sem causar grandes estragos. Sessenta dias tinham se passado e eu tinha conseguido manter o peso e corpo dos sonhos - com a dieta low carb.

Além disso, comemorei os dois meses sem cigarro em pleno Réveillon, numa festa linda em Copacabana, com pessoas pessoas que amo.

O chicletinho de Nicorette + corpo dos sonhos + sensação de ter vencido um dragão, fizeram do meu final de ano (e janeiro do ano seguinte) o período mais doce dessa jornada.

Sentindo-me forte e poderosa (por ter “vencido” a fase crítica do vício), sentindo-me linda (por ostentar minha barriga negativa por aí e uma pele mais viçosa) e agarrada à esperança que todo final de ano injeta em nós, eu tinha certeza absoluta de que 2017 seria um ano inesquecível, ou, como costumamos dizer, “o meu ano”.

Eu só não sabia que os motivos seriam desespero, angustia, ansiedade, depressão. Se o consumo baixíssimo de carboidratos colaborou para o fim da lua de mel? Creio que sim. Falei sobre, aqui

De fato o ano de 2017 vai ficar para sempre marcado em minha vida, porém como um ano de muita superação e muito aprendizado.

Dois meses sem fumar: eu era feliz e sabia. Ainda fazia a dieta low carb, malhava todos os dias (continuo me exercitando diariamente), e passei a incluir em minha rotina duas xícaras de café diárias. 

A insônia crescia, a concentração ainda estava péssima (não conseguia ler nem escrever), mas eu estava de férias, com família na cidade, era janeiro no Rio de Janeiro, eu tinha um ano inteiro para fazer planos; foram muitos os mergulhos na praia no fim do dia, muito pôr do sol aplaudido em Ipanema; água com gás, gelo e limão, chinelo no pé minissaia e barriga de fora. 

E tudo isso de cara limpa, sem dar um traguinho sequer no cigarro.

Irritabilidade? Sim. Insônia? Sim. Falta de concentração? Sim. Mas era janeiro, os dias estavam quentes, a rua se tornou convite e eu aceitei todos.


Dois meses sem fumar: eu era feliz e sabia. 

Meu pesadelo começou no final do terceiro mês. 

monicamontone








fotos do meu Réveillon 2017


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